terça-feira, 15 de novembro de 2011

Mensagens da Natureza!


" Há milênios a Natureza espera a compreensão dos homens.
Não se tem alimentado tão sômente de esperança, mas vive em ardente
expectação, aguardando o entendimento e o auxílio dos Espíritos encarnados
na Terra, mais prôpriamente considerados filhos de Deus. Entretanto, as forças
naturais continuam sofrendo a opressão de todas as vaidades humanas. Isto,
porém, ocorre, meus amigos, porque também o Senhor tem esperança na
libertação dos seres escravizados na Crosta, para que se verifique igualmente
a liberdade na glória do homem. Conheço-vos de perto os sacrifícios,
abnegados trabalhadores espirituais do solo terrestre! Muitos de vós aqui
permaneceis, como em múltiplas regiões do planeta, ajudando a companheiros
encarnados, acorrentados às ilusões da ganância de ordem material. Quantas
vezes, vosso auxílio é convertido em baixas explorações no campo dos
negócios terrestres? A maioria dos cultivadores da terra tudo exige sem nada oferecer.
Enquanto zelais, cuidadosamente, pela manutenção das bases da vida,
tendes visto a civilização funcionando qual vigorosa máquina de triturar,
convertendo-se os homens, nossos irmãos, em pequenos Moloques de pão,
carne e vinho, absolutamente mergulhados na viciação dos sentimentos e nos
excessos da alimentação, despreocupados do imenso débito para com a
Natureza amorável e generosa. Eles oprimem as criaturas inferiores, ferem as
forças benfeitoras da vida, são ingratos para com as fontes do bem, atendem
às indústrias ruralistas, mais pela vaidade e ambição de ganhar, que lhes são
próprias, que pelo espírito de amor e utilidade, mas também não passam de
infelizes servos das paixões desvairadas. Traçam programas de riqueza
mentirosa, que lhes constituem a ruína; escrevem tratados de política
econômica, que redundam em guerra destruidora; desenvolvem o comércio do
ganho indébito, colhendo as complicações internacionais que dão curso à
miséria; dominam os mais fracos e os exploram, acordando, porém, mais tarde,
entre os monstros do ódio! É para eles, nossos semelhantes encarnados na
Crosta, que devemos voltar igualmente os olhos, com espírito de tolerância e
fraternidade. Ajudemo-los ainda, agora e sempre! Não esqueçamos que o
Senhor está esperando pelo futuro deles! Escutemos os gemidos da criação,
pedindo a luz do raciocínio humano, mas não olvidemos, também, a lágrima
desses escravos da corrupção, em cujas fileiras permanecíamos até ontem,
auxiliando-os a despertar a consciência divina para a vida eterna! Ainda que
rodeiem o campo de vaidades e insolências, auxiliemo-los ainda, O Senhor
reserva acréscimos sublimes de valores evolutivos aos seres sacrificados. Não
olvidará Ele a árvore útil, o animal exterminado, o ser humilde que se consumiu
em benefício de outro ser! Cooperemos, por nossa vez, no despertar dos homens, nossos Irmãos, relativamente ao nosso débito para com a Natureza
maternal. Sempre, ao voltarmos à Crosta, envolvendo-nos em fluidos do círculo
carnal, levamos muito longe a aquisição de nitrogênio.


Convertemos em tragédia mundial o que poderia constituir a procura
serena e edificante.
Como sabemos, organismo algum poderá viver na Terra sem essa
substância, e embora se locomova, no oceano de nitrogênio, respirando-o na
média de mil litros por dia, não pode o homem, como nenhum ser vivo do
planeta, apropriar-se do nitrogênio do ar. Por enquanto, não permite o Senhor a
criação de células nos organismos viventes do nosso mundo, que procedam à
absorção espontânea desse elemento de importância primordial na
manutenção da vida, como acontece ao oxigênio comum. Sômente as plantas,
infatigáveis operárias do orbe, conseguem retirá-lo do solo, fixando-o para o
entretenimento da vida noutros seres. Cada grão de trigo é uma bênção
nitrogenada para sustento das criaturas, cada fruto da terra é uma bolsa de
açúcar e albumina, repleta do nitrogênio indispensável ao equilíbrio orgânico
dos seres vivos. Todas as indústrias agropecuárias não representam, na
essência, senão a procura organizada e metódica do precioso elemento da
vida. Se o homem conseguisse fixar dez gramas, aproximadamente, dos mil
litros de nitrogênio que respira diAriamente, a Crosta estaria transformada no
paraíso verdadeiramente espiritual. Mas, se muito nos dá o Senhor, é razoável
que exija a colaboração do nosso esforço na construção da nossa própria
felicidade. Mesmo em “Nosso Lar”, ainda estamos distantes da grande
conquista do alimento espontâneo pelas forças atmosféricas, em caráterabsoluto. E o homem, meus amigos, transforma a procura de nitrogênio em
movimento de paixões desvairadas, ferindo e sendo ferido, ofendendo e sendo
ofendido, escravizando e tornando-se cativo, segregado em densas trevas!
Ajudemo-lo a compreender, para que se organize uma era nova. Auxiliemo-lo a
amar a terra, antes de explorá-la no sentido inferior, a valer-se da cooperação
dos animais, sem os recursos do extermínio! Nessa época, o matadouro será
convertido em local de cooperação, onde o homem atenderà aos seres
inferiores e onde estes atenderão às necessidades do homem, e as árvores
úteis viverão em meio do respeito que lhes é devido. Nesse tempo sublime, a
indústria glorificará o bem e, sentindo-nos o entendimento, a boa vontade e a
veneração às leis divinas, permitir-nos-á o Senhor, pelo menos em parte, a
solução do problema técnico de fixação do nitrogênio da atmosfera. Ensinemos
aos nossos irmãos que a vida não é um roubo incessante, em que a planta lesa
o solo, o animal extermina a planta e o homem assassina o animal, mas um
movimento de permuta divina, de cooperação generosa, que nunca
perturbaremos sem grave dano à própria condição de criaturas responsáveis e
evolutivas! Não condenemos! Auxiliemos sempre!
A assembléia, tanto quanto nós, estava sob forte impressão.
Aniceto calou-se, contemplou com simpatia os animais e as aves próximas,
como se estivesse a endereçar-lhes profundos pensamentos de amor e, a
seguir, fechou o Livro Sagrado, com estas palavras:
— Observamos com o Evangelho que a criação aguarda ansiosamente a
manifestação dos filhos de Deus encarnados! Concordamos que as criaturas
inferiores têm suportado o peso de iniqüidades imensas! Continuemos em
auxilio delas, mas não nos percamos em vãs contendas. Os homens esperam
também a nossa manifestação espiritual! Desse modo, ajudemos a todos, no
capitulo do grande entendimento."

Palavras de Aniceto, Livro "Os Mensageiros" de André Luiz, psicografado por Chico Xavier.

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